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MÍDIA

Um a cada quatro telespectadores já não assiste grandes redes de TV

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Duas siglas vêm tirando o sono dos executivos das principais redes abertas: OAP e OCN. É dessa forma que os relatórios do Ibope identificam a “audiência” de DVDs e videogames (OAP, de “outros aparelhos”) e de duas centenas de canais que, para os padrões da TV aberta, têm público insignificante. Os OCNs (de “outros canais”) são canais pagos, canais abertos em UHF e até canais de sistemas internos de segurança. Os outros aparelhos e outros canais preocupam porque não param de crescer no Ibope.

Em 2005, OAPs e OCNs somavam 4,2 pontos na média diária (7h-0h) no Ibope da Grande São Paulo. Representavam 9,5% dos televisores ligados, que eram 44%. Com 2,5 pontos, os outros canais superavam apenas Band (2,0) e Rede TV! (1,7). Em 2009, as duas siglas já aglutinavam 7,1 pontos. Representavam 16,5% do total de televisores ligados (43%). No último mês de fevereiro, OCNs e OAPs somaram 9,8 pontos na Grande São Paulo. Em um universo de 39% de televisores ligados, representavam 25%.

Isso quer dizer que, hoje, um a cada quatro telespectadores já não assiste Globo, Record, SBT, Band e Rede TV!. Um quarto do total de telespectadores ligam seus televisores para assistir DVDs ou canais pagos ou pequenas emissoras, criando um fenômeno de audiência fragmentada. A ascensão social, o maior acesso a aparelhos de DVD e videogames e o crescimento vertiginoso da TV paga explicam essa nova realidade.

As grandes redes hoje não competem apenas entre si. Ao mesmo tempo que têm de satisfazer uma massa consumidora de programação popular, têm de ficar atentas a um telespectador mais exigente, cada vez mais seduzido por uma programação segmentada.

Hoje, a sigla OCN já é a segunda maior audiência, com 6,7 pontos, atrás apenas da Globo. É por causa dos OAPs e OCNs, e não apenas SBT e Record, que a novela das nove da Globo não bate mais nos 50 pontos, como há sete anos.

Do blog do Daniel Castro, no R7

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