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Bola da Vez

Patrícia Costa – diretora-presidente da Propague

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Fundada há 58 anos em Florianópolis, a agência Propague consilida sua operação em São Paulo a partir deste início de 2021 sob o comando de Patrícia Costa. Os desafios impostos pela pandemia provocaram profundas mudanças no mercado de eventos, um território que sempre foi chave para os negócios da empresa e que vem obrigando o setor a se reinventar. Nessa entrevista, Patrícia detalha como a empresa superou os desafios do último e como prepara a Propague para oferecer experiências tecnológicas e digitais para surpreender clientes com novas tecnologias voltadas à comunicação. Sem eventos presenciais por hora, a Propague investe em inovação,  buscando desenvolver experiências diferenciadas e interativas, usando inteligência artificial para otimizar resultados entre marcas e pessoas. A meta é crescer 40% este ano.

 

VoxNews – Como nasceu a Propague?

Patrícia Costa – A Propague foi fundada em 1963 por dois radialistas: Antunes Severo e Rosendo Lima. Nesta época se chamava A.S. Propague. Naquele momento, a principal ideia era fazer algo diferente para os anunciantes das listas cansativas no rádio.

Na década de 80, a Propague foi adquirida pelo Roberto Costa (meu pai) que levou a agência a atuar e ser reconhecida nacionalmente. Os trabalhos históricos da agência, no plano nacional, são os 500 anos do Brasil para Ceval, hoje Bunge, Portobello “O Mundo lá fora como inspiração”, Tractebel hoje Engie, Krona, Beto Carrero World, entre outros.

 

VoxNews – Por que a mudança da sede para São Paulo e o fechamento em Santa Catarina?

Patrícia Costa – A abertura da filial em São Paulo aconteceu em 2010 quando a Bunge que ficava em Gaspar SC veio com todo o marketing para São Paulo, precisamos fazer uma passagem de bastão para a nova agência, naquela data tínhamos 35 anos de atendimento a Bunge. Foi quando me mudei para prospectar novos clientes e oportunidades na área de eventos, desde então nossos negócios na capital paulista foram tomando proporções importantes para a empresa com clientes como Accenture, Globo, Globoplay, VSA, Votorantim Cimentos, Banco Votorantim, Bunge, Ferrero, Casa Conectada, Harley Davidson entre outros.

O projeto de transição foi feito com muito cuidado e planejamento, começou em 2015 com a separação de unidades de negócio, até o acordo da nossa matriz em Florianópolis com a Doc Sync para continuar atendendo nossos clientes de SC, em 2018.

No final do ano passado, finalizamos a transição. Nasci dentro desta agência quando ainda não existiam computadores, brinquei muito com os materiais da criação, comecei a trabalhar na década de 90 como estagiária e agora tenho muito orgulho em dizer que a Propague fica 100% em São Paulo onde sou a acionista majoritária e CEO.

 

VoxNews – Descreva o panorama de crescimento da empresa em São Paulo  que permitiu esse movimento. 

Patrícia Costa – Atendemos a Bunge na área de eventos corporativos até hoje, assim como Ferrero. Dos clientes da nossa conquista paulista, posso destacar a Harley Davidson, com os trabalhos que fizemos de relacionamento com seus clientes do HOG. Projetos para Accenture que nos fizeram mergulhar de cabeça nos diferenciais tecnológicos e interativos. O estande da Accenture no SAP NOW, foi um projeto inovador que colocou o cliente no centro, como maestro e todas as ferramentas do SAP e da Accenture como instrumentos tocados em harmonia, a experiência teve uma parceria com a OSESP e foi considerado um dos melhores projetos de marketing da Accenture no Mundo; o que realizamos para a Globo durante a pandemia, foi sem dúvida consequência da paixão que desenvolvemos pela tecnologia. Criamos uma plataforma 360˚imersiva e interativa que serviu para diversos pontos de contato da emissora com seus clientes. Do dia do mídia a participação da Globoplay no CCXP em dezembro passado e a comunicação da nova Globo para o mercado nacional e internacional.

 

VoxNews – Quais são as metas da Propague para 2021?

Patrícia Costa – Queremos ser agência mais lembrada quando falarmos de experiências tecnológicas e digitais, surpreender nossos clientes com novas tecnologias voltadas à comunicação, superar as barreiras impostas pela pandemia com soluções customizáveis de forma ágil e inovadora. Nossa principal meta na versão 100% paulistana da Propague é crescer 40% frente ao resultado de 2020.

 

VoxNews – Antes o foco da Propague eram os eventos presenciais. Com a pandemia e a transformação da agência, nos fale sobre soluções concretas nesse período. Exemplifique, por favor.

Patrícia Costa – Vamos trabalhar em 2021 um novo escopo do negócio, que até início de 2020 era focado em experiências e eventos presenciais. Tivemos um resultado surpreendente após as perspectivas do início da pandemia, não tivemos crescimento conforme planejamos, porém tivemos uma reação rápida para o mercado de eventos, como nossa plataforma de interação 360˚ que citei acima. Nossos investimentos estão voltados para inovação digital, desenvolvendo experiências diferenciadas, novas tecnologias para interatividade. Trabalhar inteligência artificial e relacionamento otimizando resultados entre marcas e pessoas, pois acreditamos que esta é a adaptação mais constante frente a nova forma de viver e consumir. No futuro os eventos híbridos serão cada vez mais utilizados, explorando trocas maiores e mais ricas de experiências.

 

VoxNews – Quem são os principais executivos hoje da Propague?

Patrícia Costa – Acreditamos em uma agência colaborativa, onde diferentes experiências e olhares enriquecem o conteúdo e consequentemente o resultado. Eu sou responsável pela direção criativa da Propague que hoje é reconhecida pela estética e pelos detalhes. Somos todos art lover’s e sem duvida ela é nossa maior inspiração, principalmente as artes contemporâneas e suas instalações tecnológicas.

 

O design é liderado por Fernanda Lhacer e Tiago Zuculo, com a essência digital, ambos Diretores de Arte. Eles se unem a Sergio Zanon para a entregas digitais de vídeo. O time conta também com Flávia Matsudo, a planner que traz o olhar da inovação e tendência. Johannes George atua nos projetos 3D, Priscila Pacame e Renan Buso são os responsáveis pela produção e produção de áudio e vídeo. Para conectar ainda mais as entregas e as necessidades dos clientes, Pedro Mesquita é o responsável pelo atendimento. Tudo conectado e próximo.

 

VoxNews – Como você analisa o mercado atual?

Patrícia Costa – Nosso mercado esta em um processo de mudança na sua estrutura, não é simplesmente uma questão virar o chave de tv aberta para streeming, de on Line e off Line , de presencial para virtual; é uma mudança comportamental de uma geração que chega sem tolerar propaganda por propaganda, uma geração que olha além do produto, uma geração preocupada com o futuro e as consequências do agora. Um mercado cada dia mais dinâmico e único. As estratégias têm que ser construídas pautadas na verdade e no objetivo comum, onde marcas precisam ter personalidade e consistência, precisam comunicar sua essência e seu propósito. E isso tudo em um mundo completamente tecnológico e mutante. De todas as revoluções do nosso negócio, esta sem dúvida é a maior.

 

VoxNews – Ainda nesse período de pandemia, quais são as reais e principais necessidades dos clientes da Propague?

Patrícia Costa – Estar próximo das necessidades dos clientes e das pessoas sob a lente das necessidades emergentes que são cada vez mais voláteis e exige uma entrega humana e responsável. O caminho desta nova conexão é complexo, novo e desafiador. Novas formas precisam ser construídas e é isso que estamos fazendo.

 

VoxNews – Assim que possível, a Propague voltará às suas raízes, investindo em projetos com a participação presencial ou o modo virtual será o que vai prevalecer?

Patrícia Costa – Não vemos a hora. Vemos o futuro cada dia mais híbrido, não tem mais volta o digital veio para ficar, porém também temos a certeza que o presencial precisa existir. Com toda a tecnologia que temos e que vamos criar, o ser humano ainda será o centro dos nossos objetivos, por isso acreditamos nas sensações e sentimentos que podemos proporcionar em uma experiência presencial e digital. Tudo junto e misturado.

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