Tatiana Braga, produtora executiva da Underdogs
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No mercado de comunicação, quais são os principais desafios para estar mais próximo ao público consumidor em 2024?
Desde quando comecei a minha carreira na publicidade, sempre foi notório o quanto os departamentos eram divididos por ordem de gênero, e eu, como uma mulher recém-chegada a esse mundo, vi e vivi muitos absurdos pautados nessas ingerências em que as mulheres eram fundamentais para o funcionamento do negócio, mas até onde elas tivessem sido convidadas.
Era comum mulheres fortalecerem o departamento de atendimento, produção, gestão financeira ou RH, mas completamente utópico ter mulheres liderando departamentos ou ofícios ditos masculinos. Durante muitos anos ao longo da minha carreira, vivenciei e fui cúmplice de mulheres que, como eu, desejávamos que nosso lugar fosse conquistado, apostando que um dia pudéssemos ser iguais às poucas que conseguiam conquistar aqueles espaços.
Mas este não é um depoimento que vai dizer o quanto poderíamos ser mais, ou ganhar mais, ou conquistar mais… Este é um texto para dizer que conseguimos!
Claro que há muito ainda a ser conquistado, mas vivenciamos cada vez mais profissionais mulheres ocupando cadeiras disruptivas, seja no cliente, na agência, nas produtoras ou nos veículos. O ano de 2023 nutriu em nós uma sensação de que de fato o jogo virou e de que novos olhares do ponto de vista feminino serão considerados, discutidos e abordados. E, não vou negar, é satisfatório demais estar presente e ativa em um tempo em que isso é possível de acontecer.
Mais do que o mercado demandar por ópticas femininas para cumprir tabela, profissionais mulheres querem cada vez mais mulheres fazendo parte do business.
Ficam aqui meus sinceros agradecimentos e o orgulho das que estavam lá comigo no começo, décadas atrás, sendo assistentes ou mentoras, e hoje são as que pegam a nossa mão e nos ajudam a subir, a participar. A máxima que dizia que o futuro era feminino abriu espaço para dizer que nosso presente é o futuro.