Escreva para pesquisar

DESTAQUE

Rio2C: os destaques do primeiro dia

Compartilhar

O primeiro dia do Rio2C, que acontece até domingo, 16, no Rio de Janeiro, teve destaques como as apresentações de Felipe Neto e Angélique Kidjo, no Global Stage, palco principal do evento.

“O primeiro dia historicamente é nosso soft opening, mas parece que a gente voltou mais forte da pandemia, então essa abertura foi como um dia normal de programação”, disse Rafael Lazarini, fundador e CEO do Rio2C.

A multipremiada cantora Angélique Kidjo foi responsável por encerrar a terça-feira na Cidade das Artes. No painel intitulado Vozes da Transformação, a artista e ativista beninense falou sobre a música como ferramenta de transformação social e a potência da cultura afrobrasileira.

 

“Cresci numa família em que meu pai foi o primeiro homem feminista que eu conheci. A filosofia dele era de que o ser humano não é uma cor e que a educação era importante para criarmos um mundo de paz. A educação, para mim, é central para deixarmos de sermos estúpidos”, afirmou Angélique.

 

Já o painel mais concorrido do primeiro dia — que encheu o Global Stage — foi estrelado por Felipe Neto, cujo canal no YouTube atingiu 45 milhões de seguidores nesta terça-feira — três vezes mais do que a audiência de qualquer canal a cabo no Brasil, como pontuou João Pedro Paes Leme (foto), sócio de Felipe na Play 9 e mediador da conversa.

“O YouTube está se posicionando no ambiente digital como a TV aberta sempre se posicionou: é hoje onde você encontra conteúdo gratuito, com potencial para atingir todas as camadas da população”, disse o influenciador e empresário. “Hoje, os jovens não têm mais o hábito de ligar a TV na Globo. Eles conectam algum aparelho no YouTube. Essa janela de oportunidade que eles estão explorando está causando uma mudança profunda”, afirma.

Felipe também afirmou que o maior desafio da internet não é como explodir, mas o que fazer depois. “Milhões explodem com um meme ou algo pontual, mas a partir daí há pouquíssimo tempo para conseguir convencer as pessoas a continuarem te acompanhando.”

A criação de memes e de conteúdo viral de humor foi tema também do painel que abriu a programação do Global Stage e reuniu influenciadores responsáveis por engajar milhões de seguidores.

Alan Pereira, do perfil Saquinho de Lixo, Gabriel Felix, idealizador do Meme Awards, e Matheus Diniz, do @greengodictonary, debateram com o empresário Flávio Santos sobre o atual momento de uma profissão que foi inventada muito recentemente e agora enfrenta os desafios da profissionalização.

Entre os questionamentos lançados, eles falaram sobre a ausência de uma ciência ou método que possa guiar a função: “Meme é feeling, é momento, é identificar o assunto e pensar em algo novo para a sua comunidade”, resumiu Gabriel, que, assim como os outros participantes, teve a sua vida transformada por conta da nova profissão.

Um outro universo de criadores e espectadores — o que mora nas 6 mil favelas do Brasil, responsável por movimentar R$ 120 bilhões por ano na economia — foi tema do painel C de Criatividades: os ‘crias’ que criam na periferia, mediado por Ricardo Silvestre, criador da principal agência brasileira focada em influenciadores negros, a Black Influence.

A conversa reuniu Thamirys Borsan, influenciadora digital, atriz e cria do Complexo do Alemão, Nathaly Dias, conhecida como a “Blogueira da Baixa Renda”, e Andreza Delgado, baiana, e diretora criativa da “Irmãos Delgado”.

Elas debateram sobre a dificuldade de as marcas enxergarem o potencial de consumo na periferia. “Já ouvi falar de algumas marcas que favelado desvaloriza o produto. A gente acaba não conseguindo acessar alguns lugares de consumo e por conta disso precisamos criar os nossos próprios eventos”, contou Nathaly, criadora da PerifaCon, a primeira convenção nerd das favelas, que chegará à terceira edição após reunir 10 mil pessoas no último ano.

ESPORTES E TECNOLOGIA

A bilionária indústria do esporte, que representa uma porcentagem significativa do PIB do Brasil e segue crescendo exponencialmente, foi o foco do Summit Sports Innovation by NWB, que abriu o dia reunindo esportistas célebres e grandes players do setor para apresentar as tendências e os desafios do empreendedorismo esportivo para os próximos anos.

No painel Empreendedorismo Esportivo: Estratégias para o Sucesso Empresarial, Eduardo Tega, fundador da Sportheca — uma das principais fábricas de startups do esporte e do entretenimento na América Latina — apresentou o cenário atual das sportechs, as startups que unem tecnologia e esportes.

“O investimento global em sportstech triplicou em 2021 e seguiu aumentando em 2022 — estima-se que chegará a US$ 45 bilhões nos próximos cinco anos. O Brasil é um mercado em ascensão neste cenário — está em 8o lugar em termos de investimentos em sportstech e também está no top 10 em games.”

No mesmo encontro, Fabiana Murer — campeã mundial e Panamericana de salto com vara — falou de sua transição de atleta para empresária. “Me formei em 2004 como fisioterapeuta e, em 2016, quando deixei o esporte, fundei a Insport, clínica de fisioterapia esportiva. Eu queria colocar a mão na massa, e atender não apenas atletas de alto nível, mas qualquer pessoa.”

Outro painel a reunir atletas de destaque foi Vencendo o Jogo: A Relação entre Foco e Performance, no qual estiveram a campeã olímpica e mundial de vôlei Fernanda Garay, o piloto Rubens Barrichello e o surfista de ondas grandes Carlos Burle. Para um auditório lotado, eles falaram sobre as dificuldades que enfrentaram e como elas serviram de motivação para não desistir.

“A dificuldade e o fracasso são aquilo que você transforma em força. Não há como ter sucesso sem ter fracasso”, disse Barrichello. Fê Garay afirmou que os sacrifícios “vão criando uma casca para a gente conseguir alcançar os objetivos”. Já Burle lembrou da importância do autoconhecimento: “As milhões de quedas que eu tive, as derrotas, a falta de patrocínio podiam ter me parado. Mas não pararam porque eu fazia algo que vinha do coração, da minha própria essência.”

Tags:

Deixe um Comentário