Mês da Mulher: Juliene Nigro, vice-presidente de Operações da Mootag

Como você vê a evolução das mulheres dentro do mercado de comunicação?

“Minha jornada como liderança começou cedo. Ainda bem jovem, liderei equipes e contas, com os anos passei a entender as barreiras que compartilho com muitas mulheres neste mercado como por exemplo, a desigualdade salarial. Na época achava normal, que era apenas porque eles eram mais experientes.

Todos nós sabemos como uma liderança pode inspirar tantas pessoas. Mas, quando falamos de lideranças femininas esse impacto é ainda mais forte, trazendo valores como empatia, resiliência e inclusão. Isso porque nossa jornada depende de um esforço muito maior.

Vejo que muitas empresas contabilizam o número de mulheres em suas estruturas como conquistas da diversidade, sim, mas me pergunto, quantas estão na liderança das agências locais? Não sabemos, mas na liderança de empresas no Brasil são 35% e em média recebem 21% menos que seus pares homens, para mim isso expressa algo ainda mais grave.

Hoje há um número crescente de mulheres na liderança no mercado de comunicação, não posso ignorar a evolução produzida por exemplos incríveis, mas é algo que precisamos nos manter atentas, pois ainda considero muito distante do que deve ser.”