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Bola da Vez

DOIS (Pedro Pereira e Joao Dornellas), diretores da Saigon

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A dupla Dois, da produtora Saigon, formada pelos diretores Pedro Pereira e Joao Dornellas vem se destacando pela sua abordagem cuidadosa em relação ao craft e produções elaboradas para o mercado publicitário.

 

Consolidados tanto nesse segmento quanto no entretenimento, com um portfólio que inclui sucessos no cinema como “Detetives do Prédio Azul” e “Minha Irmã e Eu”, eles contam que a Saigon vem trabalhando no desenvolvimento de roteiros de seis longas-metragens e duas séries de ficção. Confira abaixo.

 

VoxNews – Como avaliam a evolução dos filmes publicitários na última década? Quais foram as maiores mudanças que testemunharam nesse período, especialmente com a introdução das categorias de Craft no Festival de Cannes?

 

DOIS – Sem dúvidas os filmes publicitários evoluíram absurdamente nos últimos dez anos. E tem dois motivos para isso ter acontecido. O primeiro deles, é o acesso ao equipamento de cinema que se democratizou totalmente. Antes, para se chegar perto de uma câmera de 35mm era preciso anos de cinema. Um único rolo de negativo era inviável para uma pessoa física. Um computador e programa de edição eram caríssimos. Hoje em dia se filma, edita e até se finaliza filmes de qualidade supreendente no celular. Isso, além de formar muito mais jovens diretores, permitiu experimentar linguagens com mais liberdade. E como consequência, o sarrafo do craft subiu demais.

 

E, por isso mesmo, o mercado como um todo aprendeu a valorizar o craft em filme. As categorias técnicas dos festivais são um reflexo desse movimento. Isso é maravilhoso, porque começaram a valorizar cada departamento de um filme. Diretores de arte, fotógrafos e montadores agora são devidamente premiados tanto quanto os diretores de cena. E foi aí que a própria indústria do cinema publicitário encorpou, já que tudo isso fez o nível dos profissionais naturalmente subir muito nos últimos anos.

 

 

VoxNews – A Saigon é conhecida por produções sofisticadas que utilizam CGI, animação e outras técnicas avançadas. Como foi o processo de adaptação às novas exigências do mercado publicitário?

 

DOIS – A Saigon é conhecida por uma excelência na produção dos seus filmes, sejam eles grandes produções ou filmes com um diálogo de humor. O mercado tem exigido soluções criativas que entreguem prazo e custo, mas sempre priorizando a qualidade final do filme. Mas nós sempre estivemos ligados nas últimas tecnologias e buscamos, junto com nossos parceiros, as soluções técnicas mais adequadas para cada filme. O que determina a técnica usada é a necessidade narrativa do filme. O que for melhor para a ideia.

 

VoxNews – As agências e marcas estão mais abertas a correr riscos criativos e investir em técnicas mais complexas?

 

DOIS – No decorrer dos anos a Saigon conquistou a confiança de agências e clientes na qualidade das nossas produções. Então nunca enfrentamos dificuldade em oferecer soluções novas pra viabilizar um filme ou para encontrar a melhor maneira de contar uma história. Já construímos cenários enormes, criamos mundos inteiros em pós. Mas também já achamos soluções com técnicas simples para problemas complexos. Então a questão é justamente minimizar riscos. As produtoras no Brasil têm uma enorme capacidade e experiência de produção para contar as histórias com as técnicas adequadas sem correr riscos desnecessários.

 

A Inteligência Artificial está chegando agora para ser mais uma técnica que oferece enormes possibilidades criativas. Mas ainda precisamos amadurecer e entender não só as oportunidades que ela oferece, mas também as questões éticas envolvidas.

 

 

VoxNews – Há um risco de a tecnologia se sobrepor à história ou à emoção da peça publicitária?

 

DOIS – Provavelmente não. Talvez seja o contrário: a tecnologia vai permitir contar histórias de maneiras que nunca foram possíveis por limitações técnicas. O cinema sempre evoluiu com os avanços tecnológicos. E a emoção nunca diminuiu por causa disso. Inclusive estamos bem entusiasmados com as possbilidades da AI não só em criar situações nunca vistas, como viabilizar cenas que sempre demandaram muito tempo e orçamento.

 

VoxNews – O que torna a Saigon um parceiro criativo e estratégico para as agências e marcas?

 

DOIS – A Saigon tem 10 anos de história. Nesse tempo a gente realizou as maiores campanhas dos maiores anunciantes do país. Só processo pesado, de muita responsabilidade, orçamentos gigantescos ou roteiros com muitos desafios técnicos. Não pode dar errado. E na Saigon nunca dá.

 

A gente sempre fala dentro da Saigon que não adianta nada fazer um filmaço: se o processo for ruim, o cliente não volta. Então as agências e os clientes que trabalham com a Saigon já sabem que vão enfrentar um processo mais tranquilo, sem deslumbres de diretor ou falta de comunicação. Mas acima de tudo, sabem que vão sair com um baita filme. Não importa o tamanho, pode ser uma mega produção ou um filme de uma diária, a entrega é sempre impecável.

 

VoxNews – As campanhas de TV ainda têm o mesmo impacto ou a criação de conteúdo precisa se adaptar para ser multiplataforma?

 

DOIS – Já há muito tempo que a criação é multiplataforma. Quase nada vai só para a TV. Mas no mundo todo as campanhas de TV ainda são muito relevantes. A força dos criadores independentes de conteúdo (como influencers e tik tokers) cresce a cada dia. Mas um conteúdo mais elaborado com uma narrativa, ao mesmo tempo clássica e criativa, vai continuar despertando o interesse das pessoas. As marcas se aproveitam de todas as possibilidades para anunciar seu produto e construir seu nome.

 

VoxNews – Já estabilizada no mercado publicitário, quais são as ambições futuras da Saigon? Vocês pretendem expandir sua atuação para outros mercados, como o entretenimento ou conteúdo de marca?

 

DOIS – A Saigon já atua no mercado de entretenimento há alguns anos. Produzimos o documentário “Pereio, eu te odeio” sobre o ator Paulo Cesar Pereio. O filme teve sua première no Festival do Rio, foi exibido na Mostra de São Paulo e recebeu o prêmio de Melhor Filme pelo Público no FestAruanda 2023, além de participar de outros festivais nacionais, como CineOP e Inffinito Film Festival.

 

Produziu também os curtas metragens “Cidade Inerte” e “Glória”, que percorreu um intenso circuito de festivais ao redor do mundo. O nosso departamento de entretenimento cresceu com a contratação de Produtora Executiva Mariana Marcondes que produziu filmes premiados, como “Tropicália”, além de grandes bilheterias nacionais como “Detetives do Prédio Azul” e “Minha irmã e eu”. Hoje estamos desenvolvendo roteiros de 6 longas metragens e 2 séries.

 

Os planos futuros da Saigon são continuar entregando um trabalho de qualidade excepcional na publicidade e replicar o sucesso que tem no mercado publicitário para o mercado de entretenimento audiovisual.

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