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Bola da Vez

Baepi Pinna, diretor de cena e sócio da The Future Studios

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Lançada em março deste ano, a The Future Studios surgiu com a missão de democratizar a produção audiovisual, utilizando Inteligência Artificial Generativa para simplificar processos técnicos e ampliar as possibilidades criativas ao contar histórias. Um exemplo recente dessa inovação foi a campanha desenvolvida para o Grupo FarmaBrasil, que abordou a nova bula digital de medicamentos por meio de três filmes criados inteiramente com IA generativa, marcando um avanço significativo na forma como as marcas se conectam com o público.

À frente desse movimento está Baepi Pinna, roteirista, diretor de cena e diretor de fotografia, que vem se especializando no uso de ferramentas como Midjourney, Runway e Pika Labs, trazendo uma perspectiva ousada e inovadora para o mercado audiovisual.

Ao VoxNews, Pinna discorreu sobre o futuro da produção audiovisual no Brasil com o uso de IA, os desafios do mercado nacional e como a The Future Studios está superando-os, além das principais tendências e ferramentas que estão moldando essa nova era do audiovisual.

 

VoxNews – Qual foi a principal motivação para lançar a The Future Studios com foco em IA Generativa? Como você enxerga o impacto dessa tecnologia na democratização da produção audiovisual?

 

Baepi Pinna – A principal motivação veio da nossa visão de ampliar as possibilidades criativas e democratizar o processo de criação audiovisual no Brasil. Na The Future Studios, acreditamos que a IA Generativa é uma revolução, pois oferece um novo horizonte para a criatividade. Com a IA, as barreiras técnicas se tornam menores e o campo criativo se expande, tornando possível sonhar mais alto e contar histórias de formas antes inimagináveis. A tecnologia permite que a produção audiovisual seja mais acessível, possibilitando que marcas e criadores explorem novos estilos e abordagens sem restrições criativas.

 

VoxNews – Quais são os maiores desafios que você enfrenta ao integrar IA Generativa em campanhas publicitárias no Brasil? E quais oportunidades essa tecnologia oferece?

Baepi Pinna – Claro que existe uma resistência inicial de parte do mercado, que ainda associa a IA com uma possível perda de controle criativo ou uma substituição total do trabalho humano. Mas o maior desafio que enfrentamos é educar o mercado sobre o verdadeiro potencial da IA generativa. Muitas marcas e agências ainda não compreendem totalmente tudo o que essa tecnologia é capaz de fazer, e essa falta de entendimento pode limitar a criação de projetos mais inovadores e impactantes. Nossa missão é atualizar constantemente o mercado sobre as possibilidades oferecidas pela IA, pois ela funciona em um esquema de machine learning, evoluindo de forma rápida e contínua. É um trabalho constante de adaptação e aprendizado, tanto para nós quanto para os nossos parceiros, para garantir que possamos usar essa tecnologia para contar histórias ainda mais memoráveis e relevantes.

 

VoxNews – Como você vê o futuro da produção audiovisual no Brasil com o avanço da IA Generativa? Quais tendências ou mudanças você acredita que veremos nos próximos anos?

Baepi Pinna – Com o avanço da IA Generativa, acredito que a produção audiovisual no Brasil vai se tornar mais ágil, econômica e criativamente ousada. Ferramentas como Midjourney e Runway já estão mudando a forma como abordamos a pré e pós-produção, permitindo que processos antes demorados e caros sejam realizados com uma eficiência inédita. Tendências como a personalização em massa de conteúdo e a criação de narrativas interativas estão crescendo rapidamente e deve se fazer cada vez mais presentes nas produções. No Brasil, um país com uma diversidade criativa tão rica, a IA será fundamental para amplificar essas histórias, e a The Future Studios está posicionada para liderar essa transformação.

 

VoxNews – Como as agências e marcas estão reagindo ao uso de IA Generativa em campanhas? Você acredita que essa tecnologia pode substituir ou complementar as técnicas tradicionais de produção audiovisual?

Baepi Pinna – No início, algumas marcas e agências ficaram receosas, mas ao perceberem o potencial da IA em gerar conteúdos mais rápidos e personalizados, a aceitação tem crescido. Não acreditamos que a IA substitua as técnicas tradicionais, mas sim que complementa e amplia as possibilidades criativas. O papel da IA, como vemos na The Future Studios, é otimizar o processo e permitir novas experimentações, mas sempre com uma supervisão criativa humana. Como gostamos de afirmar, a IA traz uma “responsabilidade”, e o uso da tecnologia precisa ser equilibrado com o talento e expertise da equipe.

 

VoxNews – O uso de IA no audiovisual levanta questões éticas e de originalidade. Como você e a The Future Studios lidam com esses desafios para garantir que a criatividade humana ainda tenha um papel central?

Baepi Pinna – Essas questões são fundamentais. Na The Future Studios, tratamos a IA como uma ferramenta que viabiliza a criatividade, mas nunca como um substituto. Nossa equipe é composta por profissionais com vasta experiência em direção de cena, roteiro, VFX e design, por exemplo. Isso nos permite garantir que o processo criativo seja sempre liderado por um olhar humano, assegurando originalidade e autenticidade. Entendemos que essa revolução tecnológica exige um olhar responsável e criterioso. A criatividade humana ainda é o motor central, com a IA atuando como facilitadora.

 

VoxNews – Quais são os planos futuros da The Future Studios em termos de expansão e parcerias? Existe algum mercado ou nicho específico que você pretende explorar com o uso de IA?

Após seis meses do nascimento da The Future Studios, entendemos que nossa tese inicial de atuar como um laboratório para dominar a tecnologia fez total sentido. Nesse curto período, já conseguimos chamar a atenção de algumas das maiores produtoras, plataformas de streaming e agências do mercado. Temos um projeto bem estruturado e sólido, mas, como uma startup que acompanha de perto a revolução que a IA traz, estamos em constante aprendizado e abertos a ajustes no percurso. Sabemos que grandes mudanças tecnológicas geram novos modelos de negócios, e nossa missão é estar na vanguarda dessa transformação, sempre explorando novas oportunidades e tendências que a IA pode oferecer.

 

VoxNews – Como a sua experiência em direção de cena e fotografia influenciou sua abordagem ao trabalhar com IA? De que maneira essas habilidades tradicionais complementam o uso de novas tecnologias?

 

Baepi Pinna – Minha experiência em campanhas para marcas como Audi, Fiat e Bradesco me deu uma sólida base para entender a importância de uma boa narrativa visual. Ao integrar a IA, consigo potencializar o processo criativo, mantendo o foco na essência do storytelling. A IA oferece eficiência, mas é a experiência em direção que garante que o resultado tenha impacto emocional. Nós sempre buscamos combinar eficiência tecnológica com visão artística e essa combinação é o que diferencia nossos projetos.

 

VoxNews – Na sua opinião, quais serão as principais mudanças na indústria audiovisual brasileira nos próximos anos, impulsionadas por inovações como a IA Generativa? Como a The Future Studios pretende se posicionar nesse cenário?

Baepi Pinna – O audiovisual brasileiro vai passar por uma transformação significativa, com a IA otimizando custos e tempo de produção. Isso permitirá que mais histórias sejam contadas de forma mais rápida, com maior diversidade de estilos e abordagens. A personalização de conteúdo será uma tendência forte, assim como o desenvolvimento de experiências audiovisuais interativas. A The Future Studios se posiciona como um laboratório de inovação, sempre na vanguarda dessa revolução tecnológica. Além de produzir projetos inovadores, temos como propósito compartilhar conhecimento através da The Future Academy, nossa plataforma educacional. Acreditamos que, ao criar uma comunidade sólida de IA Filmmakers, poderemos gerar oportunidades para que mais pessoas em todo o Brasil contem suas histórias, democratizando ainda mais o acesso a essa tecnologia.

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