Ana Paula Halla, fundadora e CEO da M3nta
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A creator economy deixou de ser tendência para se consolidar como um dos pilares mais relevantes da indústria do entretenimento e da comunicação no Brasil. Nesse cenário em plena expansão, a M3nta surge com a proposta de reinventar o papel das agências, indo além do agenciamento tradicional e posicionando talentos como verdadeiras marcas. À frente da iniciativa estão Ana Paula Halla, fundadora e CEO da M3nta, com mais de 25 anos de experiência em mídia e entretenimento em empresas como Grupo Globo e Sony/Floresta Produções, e Maiara Pacheco, sócia e diretora de Marketing, responsável por estruturar estratégias de conexão e desenvolvimento de talentos. Nesta entrevista ao VoxNews, Ana Paula fala sobre o diferencial da agência, os pilares que sustentam a gestão de talentos, as oportunidades da creator economy e os próximos passos da M3nta.
VoxNews – A M3nta nasce com a proposta de ir além do agenciamento tradicional, atuando na convergência entre entretenimento, marketing e creator economy. O que diferencia a agência nesse cenário cada vez mais competitivo?
Ana Paula – O diferencial da M3nta está em olhar para talentos não apenas como artistas ou influenciadores, mas como verdadeiras marcas em potencial. Nós trabalhamos de forma estratégica, unindo gestão de carreira, inteligência de mercado e visão jurídica para garantir longevidade e relevância em um setor altamente dinâmico. Enquanto muitas agências se limitam a intermediar contratos, a M3nta atua como parceira de negócio dos talentos, cuidando desde o posicionamento até a monetização multicanal, sempre com foco em consolidar um legado sustentável.
VoxNews – Você fala sobre transformar talentos em marcas sólidas. Quais são os principais pilares de gestão e desenvolvimento que sustentam esse processo dentro da M3nta?
Ana Paula – Trabalhamos a partir de quatro pilares essenciais que sustentam toda a nossa atuação. O primeiro é a Estratégia de Branding Pessoal, em que apoiamos o talento a compreender e comunicar sua identidade de forma clara, única e consistente. Em seguida, atuamos com Mentoria de Carreira, oferecendo ferramentas para o desenvolvimento de uma mentalidade empreendedora — afinal, o talento precisa entender que ele é o próprio CEO de sua trajetória. O terceiro pilar é a Monetização Estruturada, no qual desenhamos múltiplas frentes de receita, que vão de contratos publicitários a licenciamento, branded content e novos formatos digitais. Por fim, garantimos segurança e visão de futuro com a Gestão Jurídica e de Governança, assegurando que cada decisão esteja juridicamente protegida e alinhada a um planejamento estratégico de longo prazo.
Tudo isso permite que o talento se desenvolva de forma equilibrada, com segurança e expansão de oportunidades.
VoxNews – A economia dos criadores tem crescido rapidamente no Brasil. Como você enxerga a evolução desse mercado e quais oportunidades ele traz para artistas e marcas?
Ana Paula – O Brasil vive hoje um dos ecossistemas mais pulsantes da creator economy no mundo. Isso significa que talentos e marcas não competem mais apenas por atenção, mas por relevância cultural. A oportunidade está em criar narrativas que unam autenticidade e estratégia, gerando impacto real no consumidor. Para artistas, é a chance de consolidar sua independência, fortalecer sua relação com suas comunidades e criar modelos de negócio. Para marcas, é o momento de se conectar de forma orgânica com públicos cada vez mais segmentados e engajados.
VoxNews – Com uma carreira de mais de 25 anos em mídia e entretenimento, passando por Grupo Globo e Sony/Floresta Produções, como sua bagagem jurídica e corporativa influencia a condução da M3nta?
Ana Paula – Minha trajetória me deu a capacidade de transitar entre o artístico, o corporativo e o jurídico. Na Globo e na Sony/Floresta, aprendi a gerir a relação com talentos e projetos complexos tanto no entretenimento quanto no esporte e outros segmentos, sempre com visão estratégica. Como advogada, trago a segurança de estruturar contratos e negócios de forma sólida, protegendo o presente e o futuro dos talentos. Essa bagagem me permite conduzir a M3nta com equilíbrio entre criatividade, resultado e governança – algo essencial para transformar talentos em marcas duradouras.
VoxNews – A agência acaba de anunciar a chegada de Edson Cadorini e Deia Cypri ao portfólio. O que a entrada de nomes consolidados no entretenimento revela sobre a estratégia da M3nta?
Ana Paula – A chegada de Edson e Deia reforça o DNA da M3nta de atuar tanto com nomes já consolidados quanto com talentos em ascensão. Nosso objetivo é sempre potencializar histórias autênticas e conectá-las com o mercado de forma inovadora. Trabalhar com artistas que já têm trajetória relevante demonstra confiança na nossa metodologia e, ao mesmo tempo, amplia nossa atuação em diferentes segmentos do entretenimento e da comunicação. Também estamos muito felizes em receber a filha deles, Bella Cypri, com muito talento nato e carisma.
VoxNews – Quais são os próximos passos da agência? Já existe um plano de expansão para novas áreas, formatos ou mesmo internacionalização da M3nta?
Ana Paula – Sim. Nosso roadmap de crescimento está estruturado em três frentes principais: a expansão em formatos digitais e streaming, possibilitando que os talentos explorem novas linguagens e modelos de receita; a criação de parcerias internacionais, sobretudo em mercados estratégicos como Estados Unidos e Europa, onde a música e a creator economy brasileira têm grande potencial; e a integração com tecnologia e dados, oferecendo inteligência preditiva na gestão de carreira e na conexão com marcas.
A internacionalização já está no horizonte, mas sempre guiada por um olhar cuidadoso: crescer mantendo a qualidade e o propósito que nos diferenciam.