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Palpites Cannes 2017: Fabio Mozeli, Neogama

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Hoje, no último dia dos nossos palpites, a participação de Fabio Mozeli, diretor de Criação da Neogama.

“Eu sei que você já deve ter lido, por baixo, 14 listas de apostas para o Festival de Cannes 2017. Esta é só mais uma. Tão hipotética, palpiteira e desprovida de qualquer ciência quanto as outras. A única diferença é que esta é descaradamente pautada no gostismo pessoal do autor. A partir de sábado, saberemos o que estas ideias gigantes levaram. E se levaram. Mas quer saber? Pouco importa. Elas já conquistaram tudo”, diz Mozelli. Abaixo, as peças e seus argumentos.

 

Channel 4 – “We are the Superhumans”

https://www.youtube.com/watch?v=IocLkk3aYlk&t=71s

 

Sucesso da crítica especializada e do público não especializado. Em vez de discorrer sobre as qualidades narrativas e os feitos de produção da peça, uma historinha sobre ela: o comercial foi exibido na sala de aula do colégio da minha filha para ajudar a mudar a percepção coitadista que os pequenos têm dos portadores de deficiência física. Note que a escola não apresentou um filme, um documentário ou uma reportagem. Mostrou um comercial. E isso não é pouco.

 

 

State Street Global Advisors – “Fearless Girl”

https://www.youtube.com/watch?v=AGGE8GDA408

 

O mundo não precisa de mais um manifesto caga-regra sobre o empoderamento feminino. Mas precisava desta ideia, que diz tanto sem dizer nada.

 

IBM – A Voz da Arte

https://www.youtube.com/watch?v=WLVi5ePu36E

A beleza deste projeto que tem a missão de ajudar a levar mais brasileiros aos museus não está no big data. Está na big idea, meu caro Watson. Porque tanto a Pinacoteca quanto o sistema de inteligência artifical da IBM sempre estiveram lá, mas cada um na sua. Foi graças ao elemento humano que arte e tecnologia deram match. Um exemplo de tecnologia a serviço da criatividade. Aliás, para quem trabalha com ideias, essa é a tecnologia que importa.

 

Getty Images – The Non-Silent Film

https://www.youtube.com/watch?v=dFUbKJ64BKo&t=8s

 

Há mais de 20 anos, a saudosa W/Brasil lançou um gibizão com o the best of works da agência. O conceito “Mata a cobra e mostra o pau” era um jeito de dizer que ninguém ali tinha tempo para criar fantasmas. O assunto não tem relação alguma com a genial ideia de sonorizar o clássico Nosferatu, de 1922. O link está no “mata a cobra e mostra o pau”. Porque foi exatamente o que a Almap fez para a Getty – com uma mãozinha da Punch: provou, nota por nota e  efeito por efeito, que existe um imenso banco de áudio à disposição do mercado. O resultado é de um craft ensurdecedor.

 

Nike – “Time is precious”

https://www.youtube.com/watch?v=hncWOZawsWo

 

“Com essa verba? Esquece, não dá pra fazer nada com isso”.

“O cliente não tem dinheiro e vem cobrar qualidade?!?”.

“Time is precious” chega em Cannes jogando na nossa cara que grandes ideias não dependem de grandes dinheiros. A gente sabe disso faz tempo (anuários dos anos 80 e 90 estão de prova e empoeirados), mas vive esquecendo. Por isso, quando acontecer de novo, faça um favor para a sua memória: dê um play em “Time is precious”, da W+K para Nike. Montado na ilha de edição da agência – chutei, mas pode ter sido -, é sobre gastar a vida com inutilidades diante das telas em vez de just do it. Simples, inteligente, claustrofóbico e cruel. Como o tempo.

 

 

 

 

 

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