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Morre José Zaragoza, o Z, da DPZ

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O publicitário, artista plástico e cineasta José Zaragoza morreu hoje pela manhã em sua casa no Jardim Europa, São Paulo. Natural de Alicante, Espanha, ele nasceu em 14 de julho de 1930. Faria, portanto, 87 anos em um mês. Radicado no Brasil desde 1952, Zara, como o chamavam os amigos, tinha muito orgulho de dizer-se brasileiro, a despeito do forte sotaque catalão. Junto com Francesc Petit, que faleceu em setembro de 2013, e Roberto Duailibi, fundou a mais carismática agência de propaganda de todos os tempos, a DPZ.

Sobre ele, Duailibi declarou: “Estou profundamente triste, pois perdi um amigo da vida inteira. Era o maior artista gráfico que eu conheci, dono de uma capacidade criativa desmedida, de um enorme bom gosto criativo, como já não se encontra nos dias de hoje. Zara era um pouco de tudo, inquieto, estava sempre fazendo algo novo. Era acima de tudo um empreendedor. Até os últimos dias trabalhava em seu atelier organizando uma obra vasta e de grande qualidade. A propaganda perde uma referência”. Ele era casado com Monique, deixa os filhos Frederic, Diego, Inês, Kitu e netos.

Zara chegou ao Brasil em 1952 e em pouco tempo arrumou seu primeiro emprego: “Comprei um jornal e por meio dos classificados consegui um trabalho como fotógrafo”, contava. Ele ingressou na Thompson como diretor de arte, transferiu-se para Nova York e estagiou na NBC em 1956. Em 1962 fundou, com Ronald Persichetti e Francesc Petit o estúdio de design gráfico Metro 3, que alcançou grande sucesso na época por seus trabalhos inovadores em termos visuais.

Posteriormente, em 1968, veio a DPZ, que foi considerada uma das melhores e mais premiadas agências do País. Fundada em meio à ditadura militar e um momento de grande incerteza econômica, com vários grupos falindo ou pedindo concordata, a DPZ surgiu com uma proposta diferente, de fazer propaganda brasileira, nova, com ousadia e irreverência, sem concentrar atividades em nacionalizar propagandas, como fazia a maioria do mercado.

José Zaragoza foi o primeiro presidente e um dos fundadores do Clube de Criação de São Paulo. Lançou diversos livros, como Layoutman, Revisão, Olimpíadas. Como pintor expos em várias partes do mundo e no Brasil, com destaque para a Bienal de São Paulo de 1963 a 1967. Em 2005, fez uma exposição no Museu Brasileiro de Escultura, com o nome de Zaragoza – Meio Século – Revisão, que reúne seus trabalhos artísticos feitos no Brasil nos últimos 50 anos. Sua última exposição aconteceu no ano passado, com o tema Olympcs. Pintou a ditadura, fez a série Amarela, Windows, mas o que o apaixonava mesmo era o futebol. Pintou centenas de quadros sobre esportes, com destaque para o futebol e olimpíadas.

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