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Bola da Vez

Igor Quintella – coordenador de Comunicação do Gula Gula

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No próximo dia 20 de agosto, durante o Rio Gastronomia no Jockey Club, os cariocas poderão ver mais uma novidade do Gula Gula, rede de restaurantes com 17 lojas no Estado do Rio de Janeiro. Será lançado o Gula Gula Sobre Rodas, o food truck da marca. Um dos responsáveis é o diretor de arte Igor Quintella, que após passagens por agências como DM9DDB, passou a comandar em 2013 a área de Comunicação do Gula Gula.

Na entrevista, Igor relata todos os desafios da mudança e também cita o que já pode ser conferido na comunicação do próprio Gula Gula. No food truck, um dos detaques, além do cardápio revisitado é a direção de arte do próprio Igor e o trabalho do artista plástico Claudio Gil. O caminhão foi inteiramente pintado à mão.

Voxnews – Como foi a sua transição de diretor de arte em grandes agências para atuar no marketing de cliente?

Igor Quintella – Acho que ainda está sendo na realidade. Continuo me considerando um cara de criação, é muito difícil rotular. Na minha primeira passagem pela DM9, tive o privilégio de ser lapidado por dois caras que me ensinaram muito, o André Pedroso e o João Mostério. E o Pedroso um dia me disse uma frase que nunca sairá da minha cabeça: “lembre-se sempre que antes de ser diretor de arte você é um criativo”. Então acho que é isso, em agência, ou cliente, eu sempre serei um criativo.

A diferença agora é que o sarrafo está muito mais alto, pois estou tendo a necessidade de desenvolver vários skills que não tinha, como planejar, pensar com cabeça completamente voltada para o resultado da marca, e não para o resultado da peça, acho que essa é a grande diferença nessa transição.

Voxnews – Quais seriam as particularidades em atuar na comunicação de uma rede de restaurantes como o Gula Gula?

Igor Quintella – Como disse acima, pensar no resultado como um todo para a marca, são 17 lojas, 16 no Rio e uma em Niterói, e, agora, o Gula Gula Sobre Rodas. As pessoas podem imaginar que é um trabalho simples, por se tratar de um restaurante, mas é o inverso disso. É mega complexo, é uma marca muito tradicional, são mais de 30 anos em um mercado super exigente. O Gula Gula acaba se confundindo com a identidade da cidade, pelo menos é assim que o vejo, e isso faz o desafio ser muito grande.

Voxnews – Desde a sua chegada, o que podemos já notar nessa comunicação?

Igor Quintella – A missão que o Pedro de Lamare me deu quando cheguei foi voltar a falar com os clientes como o Gula sempre falou, e isso foi perdido nos últimos tempos. Assim, desde de dezembro de 2013, quando comecei a atuar como coordenador de comunicação, design e marketing da marca, busco dar uma voz simples, falar com quem vai ao restaurante ou em qualquer canal de comunicação como se fosse um velho amigo, pois isso é o Gula Gula.

Em quase dois anos, com a ajuda de uma assistente fantástica, a Laila, que foi minha aluna na ESPM, já publicamos o livro dos 30 anos e toda a nova forma de clicar os pratos buscando referências muito variadas para criar nossa própria linguagem. Também desenvolvemos uma série de jogos americanos interativos para crianças, onde buscamos resgatar antigas brincadeiras analógicas para essa geração que já nasceu “touch”. Outro ponto alto foi o joguinho americano tradicional do restaurante que transformamos num “carregador de celular” que gerou bastante resultado positivo e de exposição de mídia.

Estamos pilotando já a alguns meses em duas lojas um app de fidelidade, que nos possibilitará trazer o cliente ainda mais para perto e gerar um banco de dados com relação ao atendimento dos grarçons, a qualidade dos pratos, entre outros serviços. Ou seja, em quase dois anos já temos mais de 210 pastas de jobs abertos e finalizados na casa.

VoxNews – O food truck já uma realidade nas grandes cidades. Você assina a direção de arte do caminhão. Qual foi a sua inspiração para diferenciá-lo e manter a identidade do Gula Gula?

Igor Quintella – A inspiração não é só minha, aliás, esse é o ponto alto de trabalhar no Gula. É uma empresa voltada para fazer dar certo, para sonhar e tirar os sonhos do papel. Com o Gula Gula Sobre Rodas não poderia ser diferente. Como um “bom” diretor de arte, tudo começou no Moleskine, foi rabiscando as ilustrações que estão presentes em todo o projeto gráfico do veículo que surgiu a ideia de um carro que fosse ao mesmo tempo simpático e underground, que tivesse uma cara francesa morando em Londres ou Nova York. Isso define bem o design da marca com o estilo da pegada gráfica de todo o projeto.

O preto, a princípio, chocou um pouco, mas com o tempo todos foram comprando a ideia de que não era uma loja, e sim, um truck que vai estar na rua o tempo todo. Para estar na rua, você tem que ser da rua, tem que ter um jeito urbano e por isso o um truck todo pintado a mão faz toda diferença.

O trabalho do Cláudio Gil é sensacional. Ele topou o desafio de pintar tudo, digo tudo mesmo, nada na lataria do Gula Gula Sobre Rodas foi feito com máscara ou pistola, foi tudo feito no pincel. E, claro, tem erro, mas era isso que eu esperava. O truck ficou orgânico.

Seria muito cômodo adesivar, muito mesmo, mole! Mas dessa forma seria mais um dos mais de 70 trucks cadastrados no Rio de Janeiro. O Gula Gula Sobre Rodas é único. É resultado de uma teimosia criativa.

VoxNews – O que os clientes da rede podem notar de diferencial no food truck?

Igor Quintella – Penso que tudo nele é pra ser notado como diferente. Por exemplo, eu desenhei os uniformes, mas conseguimos um super parceria com a Wöllner que trouxe uma alta qualidade no corte e nos tecidos. Do copo a sacola para viagem, tudo foi desenhado com muito carinho para ser especial, diferente, para ser único.

Outro diferencial, e acho que pode ser um dos mais importante fica por conta da Nanda de Lamare no cuidado com o desenvolvimento do cardápio, que possibilitará revisitar pratos que já saíram do dia-a-dia do restaurante, e os clientes vivem nos cobrando um retorno. Também iremos reeditar, em formatos diferentes, pratos que são grandes sucessos da rede além da possibilidade de mostrar novidades especialmente desenvolvidas por ela e pela franqueada do Gula Gula Sobre Rodas, a Estela Carrara.

O Pedro de Lamare me deu a melhor definição do que é o Gula Gula, e eu acho que ela se encaixa como uma luva no caminhão. Ele diz que o Gula Gula é um restaurante linear com surpresas agradáveis ao longo do caminho. Que o nosso caminho seja longo e extremamente agradável.

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