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Bola da Vez

Flavio Martino, sócio da Giacometti Rio

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Em 2005, com apenas 31 anos, Flavio Martino já sócio Thinkers, agência de no-media que foi incorporada pela Giacometti, assumiu o cargo de sócio e diretor geral da empresa no Rio de Janeiro. Além da função e execução regional, também é membro do conselho executivo da agência. Entre os anos 2005, ano da abertura do escritório carioca, até 2010, ano da consolidação da agência no mercado, a Giacometti, sob sua gestão, teve um crescimento mais de 30 vezes em relação ao faturamento do primeiro ano. Patamar que se mantém até os dias de hoje. Atualmente, além de cuidar da administração da unidade Rio, também é responsável pela área de Planejamento no Rio, onde atua diretamente com os clientes e tem como especialidade o comportamento do consumidor, onde buscar ancorar novas estratégias de comunicação. Para a situação econômico ele ressalta que não haverá surpresas. “O cenário já está desenhado”, diz, reforçando que a solução é trabalho. Abaixo, um bate-papo com o executivo.

VoxNews – Quando você descobriu o amor pela propaganda?

Flavio Martino – A propaganda me despertou ainda no colégio, muito antes do vestibular. Lembro que tinha uns 15 anos e um certo fascínio pelo mundo dos comerciais, dos anúncios e das marcas. Gostava demais e tentava entender, de forma ainda muito incipiente, óbvio, a relação marca e consumidor. Ficava pensando no que estaria por trás daquilo tudo. Forma de pensar, de se comunicar. Até que um amigo da família me mandou prestar atenção, já que eu gostava de publicidade, em um cara chamado Washington Olivetto. Era os anos 80 e o Olivetto voava na propaganda nacional e internacional e se consolidava cada vez mais na linda carreira que construiu. A partir daí, comecei a acompanhar, de fato, a propaganda, lia o que conseguia na época, e na hora de escolher qual a carreira seguir, não tive dúvidas e não pensava em outra coisa a não ser comunicação – publicidade e progaganda.

VoxNews – Qual foi a melhor fase profissional que você viveu?

Flavio Martino – Sem marcar um período exato, e sem pieguices, acredito que todas as fases, até aqui, foram boas e um aprendizado importante e vitorioso. Inclusive as fases mais difíceis. E olha que foram algumas. Mas, acho que a melhor ainda está por vir. Sempre penso assim. Meu jeito de pensar é olhando pra frente, trilhando o caminho. É meu modus operandi e o que me mantém no curso.

Voxnews – Você não é um “sócio-criativo” mas qual a sua definição para uma boa propaganda hoje? E o que mudou desde o início da sua carreira?

Flavio Martino – Sempre me entendi bem com a criação. Tive um sócio criativo por muitos anos, sempre respeitei e lutei pelo espaço da boa propaganda dentro das agências que passei. Principalmente na atual, onde sou gestor e sócio. A chamada “boa propaganda” é o nosso resultado final, o que vai para a rua, o que o consumidor percebe. Mas, para isso, a boa propaganda tem que ser relevante, principalmente nos dias de hoje, tem que surpreender, envolver. E o principal: simples e, ao mesmo tempo, inteligente. Muita coisa, né? Mas é assim que penso quando me perguntam o que é uma boa propaganda. É um ideal, um imaginário, que busco. Com outros contornos, agora bem mais sistêmica, com lógicas de comunicação diferentes das anteriores, a boa propaganda, ou o que é hoje em dia, mudou muito nos últimos anos, principalmente, em estratégia.

Particularmente, adoro a fase atual da propaganda no que diz respeito a questões estratégicas. Hoje, com todas as possibilidades, conseguimos tangibilizar o mantra do realmente “fazer diferente”. O mundo digital abriu uma possibilidade maravilhosa para sairmos do lugar comum. Para quem gosta de ser criativo “beyond the paper” é um momento fantástico para traçar todas aquelas linhas que considero uma boa propaganda: inteligente, surpreendente, envolvente.

VoxNews – Você tem como especialidade o comportamento do consumidor. Como isso influencia na dinâmica da agência durante o planejamento e criação de uma campanha?

Flavio Martino – Trouxe para o dia a dia da agência a Antropologia. Embora não seja formado na área, tenho um consultor permanente no assunto e me aprofundei muito no tema nos últimos tempos. Um mergulho mesmo. Com isso, consegui ancorar nossa base do pensamento estratégico na Antropologia do Consumo, com uma simples ideia: preceder a Comunicação. Explico. Em um mundo tão plural e complexo, fragmentado mesmo pela pós-modernidade, só um aprofundamento do pensamento nos dará base e nos fará ter estratégias mais eficazes e com possibilidade de retorno para o cliente. É incrível como a mente vai além das fronteiras, incentivando um olhar diferenciado. Mas não faço isso de forma professoral ou imperativa na agência. O pensamento entra de forma leve e no dia a dia. Muita troca, muita conversa, muito mergulho, antes de chegarmos a uma entrega final. A experiência está sendo incrível e enriquecedora.

VoxNews – Para planejar é preciso inspiração. Quais as são as suas fontes para se manter atualizado?

Flavio Martino – Tudo é fonte de inspiração. Sou um curioso nato. Então, o dia a dia e o mundo são minhas fontes. Mas, basicamente, trabalho em duas frentes para planejar em comunicação: a antropologia e a neurociência. Entender a lógica do consumidor sobre um prisma social e psicológico é fundamental para apoiar as estratégias hoje em dia. E materializar esse tipo de comportamento além da observação, ou seja, comprovando e entendendo como nosso cérebro reage, é fantástico. Mas o legal disso tudo é ter a parcimônia e a humildade de fazer isso tudo sem arrogância e de forma fluida.

VoxNews – O ano de 2016 não é animador para a economia. Há alguma fórmula para driblar essa crise?

Flavio Martino – Uma coisa será diferente de 2015: não teremos surpresas e o cenário já está desenhado. Então, a única fórmula, ou caminho, será que, para obter vitórias, teremos que nos esforçar bastante. É o óbvio, mas a única saída para driblar a crise econômica e, principalmente, a política que o país passa. Mãos à obra!

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