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É possível unir uma estratégia SEO com o posicionamento de uma marca?

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Hoje as marcas querem estar presentes em todos os momentos da jornada do consumidor, e isso inclui o momento em que ele pesquisa não só por produtos e tendências, mas também por questões relativas a mudanças sociais/culturais. É nesse momento que a estratégia SEO cruza com o posicionamento de marca. Mas, para entender como eles se relacionam, vamos entender mais como o Google ranqueia os sites quando você busca por algo. 

O Google considera diversos fatores na hora de ranquear um site e eles estão divididos, de uma forma geral, em on-page e off-page. Quando falamos de on-page são coisas que estão diretamente ligadas ao site, como: tempo de carregamento, arquitetura de informações, usabilidade e conteúdo. Já quando falamos de off-page são os fatores externos ao site, como as mudanças de algoritmo e a popularidade do site (como o usuário percebe a relevância, confiabilidade e autoridade). Sendo que esse último, popularidade do site, é o que o Google mais leva em conta, já que o objetivo dele é dar respostas relevantes para as perguntas dos usuários. 

Então, um conteúdo que responda diretamente a uma pergunta já está na frente e, se ele tiver por trás uma plataforma que permita que o site seja mais user-friendly, a nota aumenta. Assim, ele fica posicionado mais próximo do topo da página. Ou seja, relevância pode ser considerada a palavra-chave na hora de pensar qualquer estratégia SEO.

Agora, voltando ao posicionamento de marca atrelado a SEO. Vamos usar um caso recente que movimentou as redes sociais no início no mês: Trança feia vs. Trança bonita. Uma pausa para explicar para quem não acompanhou: vários usuários relataram que ao buscar no Google “trança bonita” o resultado em imagens era de pessoas brancas, enquanto o contrário, “trança feia”, o resultado eram de pessoas negras. Neste caso, o comportamento da sociedade (off-page) impactou no resultado das buscas. 

Como isso acontece? O Google considera muito a opinião do usuário, ou seja, o que ele acha relevante. Durante muito tempo foram feitos conteúdos onde a beleza estava atrelada a pessoas brancas, respondendo a um comportamento cultural onde os negros eram considerados menores. Logo, quando um resultado com pessoas brancas era exibido para buscas como “trança bonita” e o usuário clicava, ele estava ensinando ao Google que aquele tipo de conteúdo é o que melhor responde a busca feita. O Google por sua vez, ou melhor, o software por trás dele, vai armazenando esses dados e passa a buscar outras páginas com respostas similares para mostrar como resposta. 

Então, pela lógica, a forma de mudar esse cenário é associar termos positivos a imagens de pessoas negras. Certo? Mais ou menos, esse seria um primeiro passo. Voltamos para relevância e o posicionamento de uma marca. A relevância no Google é algo construído, ou seja: em um site de beleza onde tenho 30 conteúdos por mês, bastaria eu fazer apenas 1 conteúdo com pessoas negras e ele já seria considerado uma boa resposta? Na verdade, não. Para ser considerado relevante o site precisa ter uma constância de publicação, ele precisa mostrar confiabilidade e autoridade no que está falando. 

No fim das contas, não basta você enquanto marca querer se apropriar de uma questão social/cultural que está em alta apenas para que pareça que você apoia. Você precisa de fato apoiar, entender, ser plural. Um único conteúdo para seguir a maré não muda o seu posicionamento e pode, inclusive, te distanciar do seu público e deste potencial público, já que pode parecer que a marca está se aproveitando.  

Concluindo, uma boa estratégia SEO acompanha as tendências, as discussões sociais e culturais, mas acompanha apenas aquilo que de fato move a marca, aquele território onde ela tem autoridade. É dessa forma que marcas com posicionamentos bem estabelecidos podem ajudar a mudar a realidade de muitas buscas que hoje podem ser consideradas inadequadas para o momento em que vivemos.

Por Joana Ferreira, gerente de contas L’Oréal e Especialista SEO da Fluent. 

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