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Conar e Procon investigam “Perdi meu amor na balada”

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A Nokia vai ter de dar explicações a pelo menos duas entidades por causa de sua publicidade “Perdi meu amor na balada”. O Procon-SP, órgão de defesa do consumidor, e o Conar (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária) instauraram processos administrativos para averiguar se a ação usada para promover o celular Pure View 808 seguiu as regras publicitárias. O código de defesa do consumidor e as normas de autorregulamentação do segmento exigem que toda propaganda seja claramente identificada.

A campanha “Perdi meu amor na balada” foi deflagrada no dia 10 deste mês. Um vídeo no YouTube mostrava um jovem que supostamente havia perdido o telefone de uma garota que conhecera em uma casa noturna de São Paulo. O rapaz relatou ter gravado e postado o vídeo para que alguém o ajudasse a reencontrar Fernanda. O depoimento comoveu internautas, que se sensibilizaram com a história de amor. Porém, uma semana depois a Nokia revelou que a história era uma jogada publicitária para promover um celular. Um novo vídeo foi postado dando a “solução” para o número de telefone perdido pelo jovem: um celular da Nokia com câmera fotográfica poderosa havia sido usada para flagrar o número de telefone de Fernanda.

A revelação irritou os internautas, que inundaram as redes sociais com críticas à Nokia. A empresa, porém, disse considerar um sucesso a ação. Em entrevista à DINHEIRO, a diretora de marketing da Nokia no Brasil, Flavia Molina, relacionou a polêmica da propaganda com as tecnologias inovadoras da câmera do celular.

Notificação

O Conar, entidade privada, disse já ter notificado a Nokia e que espera um posicionamento da empresa. O caso será analisado por um relator do órgão, que pode até pedir, em caráter liminar, a suspensão da campanha. Se o relator, que não é publicamente identificado, não constata urgência na tomada de decisão, o processo leva em torno de 30 dias. A análise levará em conta o artigo 9º da entidade, que prevê que “A atividade publicitária de que trata este Código será sempre ostensiva”.

Paulo Arthur Goes, diretor-executivo do Procon-SP, disse que o órgão não recebeu reclamações. Mas, como a publicidade se tornou “pública e notória”, uma investigação foi instaurada. O código de defesa do consumidor também prevê a clara identificação da publicidade. “A mensagem de caráter publicitário deve ser realizada de maneira que o consumidor possa identificá-la como tal. É uma questão de ética”, afirma Goes. Caso o Procon-SP entenda que houve uma transgressão, a Nokia pode receber multa que vai de R$ 400 a R$ 6 milhões. Segundo o diretor-executivo, o prazo legal é que o processo seja concluído em até 120 dias.

Goes ressalta, contudo, que a estratégia do teaser não é vetada, mas ela deve também respeitar a lei de defesa dos consumidores. A Nokia afirmou que ainda não foi notificada sobre as averiguações e, por isso, não iria se manifestar sobre o assunto.

Matéria da do site da IstoÉ Dinheiro.

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