Antonio Carlos Accioly – produtor associado da Trator Filmes

 

 

À convite dos sócios Alex Miranda, Gabi Lemos e Armando Ruivo, Antonio Carlos Accioly assumiu como produtor associado da Trator Filmes em fevereiro deste ano. O publicitário, que também é formado em Jornalismo e RP, iniciou no audiovisual aos 16 anos, na Arte Rio do produtor Carlos Manga. Lá se apaixonou pela função de produtor e teve passagens por produtoras como Zohar, Yes, Conspiração, até se tornar sócio do Grupo INK (Academia de Filmes / Margarida Filmes / Colmeia).  Ainda atuou na A+MovieArt até chegar à Trator Filmes.

 

Hoje, atua em todas as áreas do audiovisual. E afirma: “Um produtor nunca envelhece, quanto mais experiente melhor é”. Na Trator Filmes tem como missão atuar como produtor associado em São Paulo e ampliar a atuação da produtora no Rio de Janeiro e Brasília.  Carioca e apaixonado pela cidade, Accioly vive praticamente a semana toda em São Paulo, mas sempre atento aos movimentos que acontecem no Rio de Janeiro. E afirma: “é uma cidade que além das belezas naturais, tem excelente equipe técnica e você consegue fazer filmes com excelente custo de produção.”

 

 

VoxNews  – Nos conte um pouco sobre a sua história na área de produção.

 

Antonio Carlos Accioly – Tudo começou na produtora do diretor Carlos Manga (Arte Rio) e foi lá que me apaixonei pela arte de produzir um filme. Ralei muito; fui estagiário,assitente de produção e anos depois, diretor de produção. Era o tempo do bip, fax e do negativo 16mm e 35 mm.

 

Eu tive muita sorte de ter trabalhado com grandes produtores e diretores de cena que eram os feras da época. Produzi muitos filmes como free-lancer para diversas produtoras do eixo Rio/SP até chegar na Zohar (Isabelle Tanugi),que foi quem me deu a oportunidade de produzir filmes internacionais e depois de poder viajar pela Europa para captar projetos de coprodução para produzir no Brasil. Também passei pela Conspiração quando saí para ser sócio do amigo Chico Abreia (Yes) e no final de 1999/2000, me tornei sócio do Grupo INK (Academia de Filmes / Margarida Filmes / Colmeia) até o ano de 2013. Na semana seguinte que deixei a produtora, recebi um convite do Paulo Dantas para montar a A+Movieart e agora recentemente  virei produtor associado da Trator Filmes.

 

 

VoxNews – Qual a sua principal motivação para essa mudança?

 

Accioly – A verdade é que o mercado mudou muito, as verbas de produção foram reduzidas à metade e só quem está sobrevivendo no mercado é quem tem uma estrutura enxuta com equipe jovem, bons diretores, atendimento forte e um produtor executivo que controle o dia a dia de toda a produção. Hoje, quando recebemos um roteiro de um filme, temos que pensar na maneira de viabilizar o filme dentro da verba estimada pelo cliente. É um trabalho árduo, cansativo, mas não tem jeito. Ganha o projeto que  apresentar o melhor tratamento para a agência e a criatividade na maneira de produzir o job.

 

O mercado mudou e tive que me reinventar. Hoje trabalho em todas as áreas do audiovisual e com isso comecei a ter prazer em fazer séries para TV, documentários e cinema. Eu sou um louco porque ainda sou um produtor com muito tesão em produzir filmes! Quero participar de tudo! Desde do orçamento até a entrega do filme. Nem sempre é possível, mas não abro mão de estar presente nas filmagens. Quem já trabalhou comigo sabe disso. Aprendi com meus mestres: “Um produtor nunca envelhece, quanto mais experiente melhor é”.

 

A minha chegada na Trator Filmes, veio em um momento muito feliz. A produtora é como eu estava sonhando e da maneira que o mercado está trabalhando; uma produtora compacta, sadia financeiramente e com uma turma jovem e talentosa. É uma produtora que está em crescimento, tem trabalhado muito com as grandes agências do mercado publicitário e realizado excelentes filmes.

 

Com a minha chegada já ampliamos as áreas de atuação em São Paulo, Rio de Janeiro, Brasilia. Isso sem contar que a produtora conta com um escritório em Miami e tendo realizado, recentemente, dois jobs para o mercado hispano.

 

VoxNews – Você é um grande entusiasta do mercado carioca. O que o Rio pode oferecer de diferencial na área de produção?

 

Accioly – Hoje eu vivo quase a semana toda em São Paulo. Amo o Rio de Janeiro é lá que vive a minha família. Infelizmente, o estado está passando por momentos complicados e creio que agora o carioca vai pensar bastante em quem votar nas eleições deste ano.

 

A Trator já trabalha para algumas agências cariocas e acredito que com a minha chegada vamos poder estar mais presente no Rio. Inclusive, a ideia é produzir no Rio. É uma cidade que além das belezas naturais, tem excelente equipe técnica e você consegue fazer filmes com excelente custo de produção.

 

 

VoxNews – Como está sendo feita essa prospecção?

 

Accioly – A prospecção da Trator já era forte e agora ficou mais ainda. Hoje temos no primeiro time o Armando Ruivo, sócio e que foi diretor Marketing do Estadão, a Gabriela Lemos, sócia que aturou como RTVC de algumas grandes agências de São Paulo e eu que chego agora para atuar em São Paulo e ampliar a atuação da produtora no Rio e Brasília.

 

Contamos ainda com mais cinco excelentes atendimentos dando todo o suporte aos jobs e aos clientes. Fora o talento dos nossos diretores – Alex Miranda, Gabi Brites, Claudio Cinelli, Rodrigo Zanchini e a dupla Los Cabras. Somos ao todo “45 tratores”.

 

 

VoxNews – A Trator Filmes também vem investindo na área de conteúdo?

 

Accioly – Sim, bastante. Temos o produtor executivo Victor Lemos, um português que sabe tudo de conteúdo. Com ele a produtora já produziu oito documentários, sendo um da Copa do Mundo realizada no Brasil para a FIFA. Hoje estamos em fase de captação do longa-metragem sobre a vida do Escadinha, bandido que fugiu de helicóptero de dentro de um presidio; o documentário sobre a vida do Sócrates, jogador do Corinthians e da Seleção; uma série sobre o surfista “Picuruta”, que acabou de ser filmada no Hawai e outra “Histórias de Motel” .

 

VoxNews – Qual o futuro da publicidade na sua opinião? E o que ainda te motiva investir nesse segmento?

 

Accioly – Digo sempre que é mais fácil entender o futuro do que aceitá-lo. Tenho tido a oportunidade de participar de eventos, festivais, workshops, encontrar diversos criativos e sempre pergunto: o que vai ser do futuro da propaganda? Depois de muito ouvir e ver o que está acontecendo atualmente no mercado, acredito em um final feliz.

 

A mudança está sendo necessária após a chegada da revolução digital. O mundo vai ser digital. Do pay per view ao video on demand será uma nova maneira de assistir TV.

 

Acredito que as produtoras terão um volume grande na produção de videos, filmes de vários formatos para abastecer as programações das TVs aberta e fechada e outras diversas mídias, que cada vez se multiplicam.